domingo, 5 de agosto de 2007

A adaga da traição



Esta poesia foi escrita por Liliane em A adaga da traição, mas cabe exatamente no que sinto neste momento...

Corta,
Fere
e destrói!
Sem arrependimento!

Perfura,
Rasga
e corrói!
Sem ponderar!

Sem ponderar o arrependimento a adaga da traição perfura o coração de quem ama,
Rasga e fere a profunda essência etérea do ser,
Corrói e destrói na fluidez de suas persuasões os ideais da dignidade.

Vende,
Cobiça
e beija!
Pela falsidade!

Assassina,
Mata
e abrevia!
Por maldade!

Vende - se pela cobiça de obter de maneira fácil a grande fortuna, mas ao beijar sua vítima marca em si próprio a sina de judas e pela falsidade segue seu sombrio caminho!

Assassina e mata em nome da vaidade o elo da amizade, porém prefere abreviar seu arrependimento a assumir sua culpa e por maldade finge ser o cordeiro!
Para dia usar mais uma vez a sua adaga da traição!

terça-feira, 31 de julho de 2007

VÔO 3054: "Se eu soubesse..."

No dia 17 de junho (terça-feira), o vôo 3054 da TAM decolou de Porto Alegre - RS com aproximadamente 180 passageiros a bordo, e derrapou ao tentar pousar no Aeroporto de Congonhas (o mais movimentado do país), na zona sul de São Paulo.
O Airbus bateu contra um depósito da empresa que fica do lado oposto da avenida Washington Luís, provocando um incêndio de grandes proporções e atingindo alguns carros que passavam pela Avenida.
Dezenas de carros do Corpo de Bombeiros foram para o local para controlar as chamas e retirar as pessoas de dentro do galpão da TAM Express.
IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo montou uma força-tarefa para receber os corpos das vítimas do acidente. Um cartório e uma delegacia foram improvisados dentro do IML para agilizar o processo de identificação dos corpos.
Diante de tamanho desastre, parece que as autoridades ainda não dão a devida atenção às famílias das vítimas. Um exemplo é a divulgação da lista dos nomes dos envolvidos ser divulgada primeiramente por uma rádio de Porto Alegre.
O que mais me chamou atenção depois do acidente, foi um texto publicado no mural da empresa um dia após a queda da aeronave, escrito por Fábio, marido de uma das aeromoças vítimas do acidente aéreo, que demonstra realmente o que sentia, não se importando tanto com as conseqüências do que será feito, pois a pior delas é imutável. Confira abaixo a carta:
“Se eu soubesse que essa seria a última vez que eu veria você dormir, eu aconchegaria você mais apertado e rogaria ao Senhor que protegesse você.
Se eu soubesse que essa seria a última vez que veria você sair pela porta, eu abraçaria, beijaria você e chamaria de volta, pra abraçar e beijar uma vez mais.
Se eu soubesse que essa seria a última vez que ouviria sua voz, eu filmaria cada gesto, cada palavra sua, para que pudesse ver e ouvir de novo, dia após dia.
Se eu soubesse que essa seria a última vez, eu gastaria um minuto extra ou dois, para parar e dizer "Eu te amo", ao invés de assumir que você já sabe disso.
Se eu soubesse que essa seria a última vez que eu estaria ao seu lado, partilhando do seu dia, eu não pensaria: "Bem, tenho certeza que outras oportunidades virão, então eu posso deixar passar esse dia".
A gente sempre acredita que haverá um amanhã para se fazer uma revisão, correção de rumos ou dizer um para o outro: "Eu te amo".
O dia de amanhã não está prometido para ninguém, jovem ou velho...Hoje pode ser sua última chance de segurar bem apertado a mão da pessoa que você ama.
Se você está esperando pelo amanhã, porque não fazer hoje?
Porque se o amanhã não vier, você com certeza se arrependerá pelo resto de sua vida de não ter gasto aquele tempo extra num sorriso, num abraço, num beijo, porque você estava "muito ocupado" para dar para aquela pessoa, aquilo que acabou sendo o último desejo dela.
Então, abrace seu amado, a sua amada hoje. Bem apertado. Sussurre nos seus ouvidos, dizendo o quanto o ama e o quanto o quer junto de você.

Gaste um tempo para dizer: me desculpe, por favor, me perdoe, obrigado, ou ainda, não foi nada, está tudo bem.
Porque se o amanhã jamais chegar, você não terá que se arrepender pelo dia de hoje, pois o passado não volta e o futuro talvez não chegue”.
A única coisa que sei, é que as pessoas que estavam dentro daquele avião, não eram apenas números, como as estão pensando, mas cada uma tinha uma história, uma vida, que foi tirada sem permissão. Olhe este link e confirme: http://www.estadao.com.br/interatividade/Multimidia/ShowEspeciais!destaque.action?destaque.idEspeciais=248.
Sinceramente, acho que depois disso, não preciso dizer mais nada.
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quarta-feira, 30 de maio de 2007

DICA DE DOCUMENTÁRIO: ILHA DAS FLORES


“Liberdade é uma palavra
que o sonho humano alimentaque não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”
(texto final do filme Ilha das Flores)

Documentário dirigido por Jorge Furtado no ano de 1989 com duração de 13 minutos, o qual foi alvo de vários prêmios como: Prêmio Crítica e Público no Festival de Clermont-Ferrand 1991 Melhor Curta no Festival de Gramado 1989 Melhor Edição no Festival de Gramado 1989 Melhor Roteiro no Festival de Gramado 1989 Prêmio da Crítica no Festival de Gramado 1989 Prêmio do Público na Competição "No Budget" no Festival de Hamburgo. A opção pelo filme documentário é colocada desde o início: “Este não é um filme de ficção. Existe um lugar chamado: Ilha das Flores. Deus não existe” (esta é a frase inicial colocada na abertura, antes do título do filme.) No filme, Jorge Furtado inaugura uma nova estrutura de narrativa no cinema brasileiro contemporâneo: a narrativa em blocos tem uma abordagem pseudocientífica, cheia de classificações, definições, repetições e estatísticas, mas apresentada de maneira irônica e irreverente. É como se o cineasta quisesse nos dar uma aula repetindo várias vezes as frases para podermos decorar o assunto. Isto em termos de documentário é inovador, porque difere dos documentários tradicionais que mostram uma série de entrevistas para esclarecer o assunto e buscam uma não-interferência na realidade. Por outro lado, assemelha-se a um filme didático embora fuja dos didáticos tradicionais, porque insere a crítica e a ironia. O filme define com palavras, gráficos, desenhos e colagens os termos: dia, lucro, dinheiro, supermercado, perfume, mamífero, animal, vegetal, lixo, ilha, flores, terreno, orgânico e inorgânico. Esta estrutura de montagem faz com que as palavras e imagens repetidas nos levem a uma criação de sentido e uma conclusão provocada pelo filme. E é este o grande papel do cinema: através do filme, nós, espectadores, somos confrontados com a realidade e podemos nos posicionar sobre ela. O filme Ilha das Flores nos ajuda a pensar o Brasil e a realidade de todos estes habitantes sem dono, sem dinheiro e livres do nosso planeta.
Resumindo: Um tomate é plantado, colhido, transportado e vendido num supermercado, mas apodrece e acaba no lixo. Acaba? Não. ILHA DAS FLORES segue-o até seu verdadeiro final, entre animais, lixo, mulheres e crianças. E então fica clara a diferença que existe entre tomates, porcos e seres humanosNo filme podemos ouvir as seguintes frases:Flores: “são os órgãos reprodutores das plantas geralmente odoríferas e de cores vivas”. Há poucas flores na Ilha das Flores. Há, no entanto, muito lixo. Há também muitos porcos na ilha. Aquilo que não foi considerado alimento para os porcos é dado para as crianças na Ilha das Flores. O que coloca os seres humanos da Ilha das Flores depois dos porcos na prioridade dos alimentos é o fato de não terem dinheiro, nem dono. O que diferencia o ser humano dos outros animais é ter o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor e... SER LIVRE. Por que o homem, um ser livre e racional, comete todo tipo de violência que vemos se repetir ao longo da história da humanidade? Onde estão as causas e as respostas?

CAMUFLAGEM: SÓ PARA CAMALEÃO – PARTE II


Como já havia dito anteriormente, estamos em 2007 e ainda tenho que me deparar com certas situações que consistem em suprimir formas de expressão, até informações e opiniões, e o que principalmente me deixa revoltada é quando o silencio forçado ganha espaço, como se alguém dissesse bem baixinho “CALEM A BOCA!”, e por algum motivo (tirem suas conclusões sobre eles) todos se calassem rapidamente e sem questionamentos.
Estou sem palavras, mas citarei dois casos onde o “Rei”, ou quem tem o “Poder", simplesmente DITA AS REGRAS ...e ponto.

1º caso:

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG75955-5856,00.html

2º caso:

DICA DE DOCUMENTÁRIO: "BOCA DE LIXO"


Documentário de Eduardo Coutinho, relata o destino de nossos lixos e a imensidão do campo repleto de detritos e bichos dos mais variados tipos e mostrando ainda imagens de seres humanos como eu ou você disputando o mesmo alimento que há poucos instantes atrás vimos os animais disputarem.
Tudo começa com um caminhão despejando os detritos e o realizador, direcionando nosso olhar através de planos detalhes, onde nos mostra o objeto de disputa daquelas pessoas: sobras de frutas, legumes, carnes e outros alimentos desprezados. A câmera passeia pelo lixo e vai encontrar urubus e outros animais alimentado-se dele.
E é através do lixo, ainda, que seremos introduzidos às histórias e visões de mundo daquelas pessoas que, surpreendentemente para eles são habitantes privilegiados das cidades que esnobam algo que ainda tenha proveito, sendo o dever deles o converter em material de consumo e sustento já que não tiveram tanta sorte.
Os catadores se escondem, protegem seus rostos da intromissão do invasor e nas imagens feitas pela câmera a nossa conclusão: eles têm vergonha de trabalharem ali naquele local que para nós, espectadores, é desconcertante. Estão ali, ainda segundo nossas visões, porque não há definitivamente outra opção, vítimas que são de um sistema social injusto e contraditório etc. etc. e seguimos, seguros, lançando mão de um sem número de outros jargões e lugares comuns, adquiridos ao longo de nossas vidas cômodas e confortáveis, bem diferente daquele mundo objeto.
Mas aí quando adquirimos a certeza de que já entendemos tudo, nos surpreendemos outra vez, pois são montados depoimentos de três catadoras de lixo que afirmam estar ali por opção, que preferem o lixo, no dizer de uma delas, a trabalhar em casa de família, segundo outra, "tem uma porrada de mulher aqui, uma porrada de homem… que trabalha aqui porque é relaxado, porque prefere comer fácil, porque aqui cai batata, porque aqui cai de tudo pra se comer, muita gente come porque quer", e outra, "trabalhar aqui… eu tenho orgulho de trabalhar aqui, porque não tenho que ir na casa de ninguém pedir…”.
Depois destes três depoimentos, nossa certeza dilui-se e dá lugar a uma inquietação que nos faz grudar nas histórias e naquilo tudo que aquelas pessoas nos tem a dizer, e a única certeza daí por diante é que não há mais certezas; São intercalados também depoimentos de pessoas que hora afirmam, sem problemas, que trabalham sim ali e que o fazem por gosto; com depoimentos e/ou gestos de pessoas que o negam categoricamente.
Quando Coutinho se apresenta diante dos catadores, o desempenho deles tenderá a incorporar e exemplificar os valores oficialmente reconhecidos pela sociedade, personificados pelo diretor e sua equipe. Imagino que para os catadores a imagem que o cineasta faz deles é a de que são, no mínimo, ladrões e vagabundos etc. senão não esconderiam seus rostos por vergonha ou medo como inúmeras vezes é mostrado no documentário. Neste sentido, a frase de um dos entrevistados é sintomática: "todo mundo aqui tá trabalhando, não tem ninguém roubando aqui dentro, todo mundo trabalha, ninguém rouba… todo mundo tá aqui porque depende…" Sendo que no final da sua fala é aplaudido pelos outros companheiros, como se realmente estivesse no palco de um teatro…
Ao interagirem com o cineasta (catadores e catadoras) imediatamente procuram incorporar uma personagem cujos atributos fundamentais estariam cheios de valores oficiais positivos comuns da nossa sociedade tais como honestidade, integridade, disposição para o trabalho etc. que estariam sendo desmentidos pelo cenário (o lixão) e pela aparência dos atores (estão sujos e mal vestidos).
O exemplo que sintetiza e ilustra mais claramente o que estou esforçando-me por demonstrar é o modo distinto de agir da personagem Jurema. Quando interpelada pela primeira vez no Vazadouro de Itaoca ela dirá, muito irritada: “… a gente não cata essas coisas aqui do lixo pra comer não, vocês botam no jornal e aí quem vê pensa que é pra gente comer, né? Mas não é pra gente comer, não é. Isso não pode acontecer. A mãe dela tem porco, o pai dela tem porco, todo mundo tem porco aqui. O que a gente cata aqui… às vezes a gente cata um pão, cata um resto de comida… é pra porco! Eu tô revoltada é com isso. A gente com o cesto cheio de legumes e ele filmando ali. Quem vê isso lá fora vai falar que é aquilo ali que eles comem, é daquilo que eles vivem, mas não é”.Quando apresentada diante da casa, ela aparece na porta e vem falar junto às crianças, aparece também a mãe dela e abre a janela, depois vem o marido na outra janela.
Diante da casa e de toda sua família, seu maior orgulho como deixa transparecer claramente, de roupa limpa e banho tomado, portanto, cenário e aparência mais adequados, Jurema pode encarnar a personagem da mãe e esposa, apesar de tudo, feliz, da mulher trabalhadora e honesta sem ter que tentar por todos os meios convencer o cineasta do que está afirmando.
Cenário, aparência e maneira juntam-se harmoniosamente e permitem uma representação eficaz, segura e sem hesitar.
O documentário se desvincula da pretensão de registrar uma realidade monolítica e arranca dela contradições e ambigüidades, que por sua vez são capazes de redimensioná-la, redescobri-la e, no limite, reinventá-la.

ACONTECEU...


O mais comum nos dias de hoje é a falta de tempo, independente para o que seja: estudar, dormir, comer, passear, viajar, namorar...Isso tudo é privilégio de poucos.
Nesta corrida contra o tempo, a qual também ocorre comigo, sinto-me na obrigação de pedir desculpas pela ausência de novas informações no meu blog, mas me redimo neste momento com uma breve retrospectiva, para que possa partir deste ponto para uma atualização continua.
Como tudo é acontecimento, existem alguns deles que nunca mudam, principalmente no país em que vivemos e em muitos outros, mas pra atualização, vale ressaltar tudo o que se passou por esses dias.
Podemos incluir coisas comuns como seqüestros e suas simulações (
http://gazetaweb.globo.com/Canais/Noticias/Noticias.php?n=131302), assassinatos, assaltos, corrupção, entre outros, mas também contamos com algumas coisas diferentes como o tal do Gol Mil do jogador Romário, repercutido em todos os países (http://www.canada.com/topics/sports/story.html?id=46db04c4-1f2a-4fe4-ac61-f9c6bb5b190b&k=29875 ), e também tivemos a Virada Cultural (http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u135031.shtml ), que quase se transformou em uma revirada cultural por uma das apresentações que não foi nada boa que ocorreu no centro. Mas três acontecimentos chamaram a atenção e merecem um destaque especial:

- A visita do Bush ao Brasil: A propósito, nunca vi o transito tão ruim como naqueles dias, devido as principais vias serem fechadas em horário de pico, e coisas do tipo. (
http://br.noticias.yahoo.com/indepth/id_bush.html )

- A vinda do Papa ao Brasil, na verdade, acho que para este nem o trânsito ficou tão ruim quando a vinda do “SENHOR Presidente”, mas voltemos aos fatos. (
http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/papa_no_brasil/2007/04/17/vaticano_divulga_roteiro_do_papa_no_brasil_753993.html )

- E a mais recente de todas: Uma representante brasileira no concurso de Miss Universo conquista o 2º lugar.
(
http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2007/05/29/295942431.asp )

Se preferirem, sigam os links e se aprofundem nos assuntos citados acima, mas acho que isto não podia passar em branco. Espero que entendam.

DICA DE FILME: "UMA ONDA NO AR"


“Uma onda no Ar”, do diretor Helvécio Rattonleva conta a história da Rádio Favela, criada por quatro amigos que precisaram enfrentar a repressão da polícia, são eles: Jorge, Brau, Roque e Zequiel que vivem em uma favela de Belo Horizonte e sonham em criar uma rádio que seja a voz do local onde vivem. Eles conseguem transformar seu sonho em realidade ao criar a Rádio Favela, que logo conquista os moradores locais por dar voz aos excluídos, mesmo operando na ilegalidade. O sucesso da rádio comunitária repercute fora da favela, trazendo também inimigos para o grupo, que acaba enfrentando a repressão policial para a extinção da rádio.
Parte da arrecadação conseguida com Uma Onda no Ar foi destinada à Rádio Favela FM, de Belo Horizonte.
O filme recebeu uma indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil, na categoria de Melhor Direção de Arte e ganhou 2 Kikitos de Ouro, no Festival de Gramado, nas seguintes categorias: Prêmio Especial do Júri e Melhor Ator (Alexandre Moreno).
O crítico Chico Lobo acha "Maravilhoso e acima de tudo necessário. Um filme que é um soco na cara da hipocrisia. Uma história de luta e vitória. (...) UMA ONDA NO AR mostra a solução do curativo. Uma realidade que deve ser mostrada a todos os brasileiros. A democracia na comunicação ainda que tardia mostra sua realidade. Nunca o poder da repressão absurda foi tão corajosamente denunciado. Um filme que deve ser visto pelo menos por TODOS OS ESTUDANTES DE COMUNICAÇÃO E SEUS PROFISSIONAIS”.
Fica a sugestão.